segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Carta de despedida

Brasília, 05 de janeiro de 2015

Para ouvir ao som do mestre Djavan - Acelerou


"Quando te vi, aquilo era quase o amor
Você me acelerou, acelerou, me deixou desigual
Chegou pra mim, me deu um daqueles sinais
Depois desacelerou e eu fiquei muito mais..."

Bom dia, B! (aperto de mão)

Há gesto mais formal que um aperto de mão? Acho que não, B. Minha vontade era de me esconder no buraco mais distante do mundo e não olhar mais pra você. Mas não, você é um ser humano tão evoluído e maduro – coisa rara hoje em dia – que fez questão de olhar nos meus olhos, abrir um sorriso, estender a mão e dizer “oi”.  Não quero nem imaginar que cara eu fiz. Não sei disfarçar nada.

Obrigada, agora estou me sentindo uma completa idiota mesmo.  Por quê?   Apenas porque me comportei como uma imatura com você, um cara tão novo e ao mesmo tempo prático e de caráter formado. Capricorniano do primeiro decanato, calmo e introspectivo a ponto de controlar as emoções e até de anulá-las para preservar uma imagem.  

E eu, geminiana com ascendente em Gêmeos e Vênus em Áries, quis tomar conta da situação e joguei seu nome na Medina. Quando e como daria certo um capricorniano com uma geminiana? Nunquinha da Silva! Vou do 8 ao 80 em segundos, mudo de ideia o tempo todo, me apaixono e desapaixono num piscar de olhos.

Então, cadê a segurança que todo nativo de Capricórnio procura? Cadê a discrição e a sensatez?  Aí vem alguém e diz que os opostos se atraem. Aham, fomos atraídos. Talvez pela carência momentânea ou pelo instinto animal. Quem nunca? Eu sempre.

Tivemos um rascunho de flerte. Hahaha O que é isso, minha gente? Nada! Não tivemos nada além de um mísero beijo (e algo mais). Roubado, diga-se de passagem. E claro, promessas e mais promessas que instigaram e incendiaram nossa imaginação – digo nossa porque a minha explodiu.  

Estraguei tudo, te disse. Entrou a tequila e baixou a possessiva. Como pode? Como diz Marla de Queiroz: o carente não ama, faz reféns. É, meu caro B., tratando-se de relacionamentos, sou a maior sequestradora do país, quiçá do mundo. Deixo Vilma Martins no chinelo. Não me orgulho disso. Acho que tudo na vida é aprendizado mesmo. Ok, parece clichê, mas é a realidade do planeta.


B., a vítima da vez foi você. Há meses era outro, há anos foi outro (coitado). E agora, José? Quem será a próxima vítima? Tomara que ninguém. Lá vai outra frase clichê, mas nada acontece por acaso. E por acaso, no caso, foi você. E por acaso falei demais. E no caso, digamos que as pessoas têm um interesse sem tamanho pela minha vida. Arrastei meu Sari pro teu lado e deu nisso, tive a cara arrastada na Medina. Minha vontade era de jogar esses fofoqueiros no mármore do inferno. Mas não, ignoro. É o que você deve fazer também. E como você mesmo disse, a gente é adulto, certo? Vamos tocando a vida e nos acertando.  

P.S.: Vai ser foda anular o que ainda pega fogo. Mas vontade dá e passa. Vai passar, eu sei que vai. 

Carinho e fogo daqui

Beijos

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