Brasília, 12 de Fevereiro de 2014
(Para ler ao som da Gal. Ouça Tá combinado)
Como quem nada espera, novamente, aqui estou, sou e vou. Tenho mantido um ar de tristeza. Talvez, decepção me defina melhor. Disse, repeti - e menti- dezenas de vezes sobre meu desinteresse amoroso.
De fato, a princípio, eu nada queria. Cansada de tantas expectativas e palavras mentirosas, o que eu mais desejei antes de te encontrar foi apenas um caso ao acaso, um conto, um haikai.
Não sei como esse conto pode dar errado. Personagens superficiais, encontros banais, fomos tão normais até. Tínhamos tudo para um conto perfeito.
Sabíamos desde o início o interesse de ambos. Tudo sempre esteve muito claro, escancarado, evidente. Ninguém enganou ninguém. Te disse pra seguir livre, mesmo querendo dizer o contrário. Você me respeitou, X. Reconheço.
Acontece que eu estraguei cada frase desse pseudoconto. Desde o primeiro dia ao último. Enquanto seus olhos me devoravam naquela creperia, eu guardava milimetricamente cada traço teu.
Simplesmente, fiz questão de decorar seu jeito, sua voz, a forma como me olhava, um tanto incomodado com meu silêncio depois do amor. Amor? Não... só maneira de dizer. Eu só ficava muda porque estava em choque.
Agora você me entende? Eu não podia estar me apaixonando por você! E só me dei conta disso quando percebi que nada, absolutamente, nada em você me incomodava.
Me perdi entre tantas palavras, rimas, quartetos e tercetos de um soneto que fiz só pra você. Há tempos não escrevia, X... Você foi além do desejo, você mexeu comigo e bagunçou minhas palavras.
Não te peço nada, não espero que nada aconteça. Minhas palavras agora são tristes, mas não importa. Melancolia já faz parte de mim. Saiba que você ainda me inspira.
Desejo boas notícias!
Ps.: É uma pena, mas o amor só chegou pra mim.
'Então tá tudo dito e é tão bonito
E eu acredito num claro futuro
De música, ternura e aventura
Pro equilibrista em cima do muro...'
Tá Combinado, Gal Costa.
Meus beijos,
Luana
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